sábado, 11 de dezembro de 2010

Cacau gourmet

 

Ernesto de Souza

por Luciana Franco
Fotos: Ernesto de Souza


O CICLO de produção do cacau, da floração à colheita, dura seis meses
Há exatos 100 anos, o cultivo de cacau iniciava seu apogeu na cidade de Ilhéus, BA, que atraia gente de todas as regiões brasileiras interessada na liquidez da amêndoa, considerada à época tão valiosa quanto o ouro. Ao longo de um século, as lavouras criaram novas cidades, impulsionaram o desenvolvimento da região sul do estado e enriqueceram coronéis donos de gigantescas propriedades. Um longo período de prosperidade que durou até a incidência do fungo causador da vassoura-de-bruxa, ocorrida no final dos anos 80. A doença gerou uma crise de proporções irremediáveis na região, provocando a falência de inúmeros produtores e forçando outros tantos a abandonar a atividade.

Nesse período, o Brasil viu sua produção crescer a ponto de se tornar referência mundial – para despencar 40% dez anos depois, em decorrência da enorme quantidade de plantações doentes. No começo dos anos 80, o país alcançou a posição de maior produtor do mundo, quando a safra nacional superou as 300 mil toneladas por ano, volume que caiu para patamares inferiores a 100 mil toneladas na década seguinte.

Hoje, mais de 20 anos após o surgimento dos primeiros focos da doença no estado, os produtores ainda amargam os prejuízos gerados pelo fungo. A crise expulsou muita gente do campo, que simplesmente abandonou as fazendas e partiu em busca de novas oportunidades na cidade. Outros decidiram ficar e inovaram na maneira de produzir e comercializar cacau. São produtores que compõem uma nova geração de cacauicultores baianos. Eles estão quebrando paradigmas, agregando valor à produção e lucrando alto com a atividade.


Ernesto de Souza

Revista Globo Rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário